Selinhos.

Bom, gente, eu não sei direito como isso funciona (er, sinceramente), mas eu recebi alguns selinhos e sei que tenho que repassá-los para algumas pessoas, então, here we go.
O primeiro eu recebi da Mitti, dona do http://blogdamitti.blogspot.com/ e o outro foi o Guilherme Arconexo, do http://nadaaverpontocom.blogspot.com/ quem deu. Muito obrigada! :)
Aqui os selos:


E os meus escolhidos são:
http://rubitcha.blogspot.com/ e
http://blog.taissatoledo.com/

:)
Beijos :*

Dedicado a Jéssica Vasconcellos.


Hoje o post não será uma narração reflexiva. Não contarei simplesmente uma história. Contarei um pouco da história de uma das pessoas mais importantes da minha vida. A Jéssica se tornou especial a partir do momento que ela apareceu na minha vida. Tínhamos interesses em comum, e nos demos bem logo de cara. O tempo foi passando e as diferenças foram aparecendo e nós vimos que a nossa amizade, como tudo na vida, não seria fácil. E de fato não é. Passamos por maus momentos, nos chateamos uma com a outra, ficamos emburradas. Mas há algo bem maior que nos torna eternamente unidas.

Seria completamente injusto da minha parte não falar dela aqui. Quando eu resolvi fazer um blog, ela passou horas comigo pensando num nome. Qualquer detalhe que eu altere tem que passar pela opinião dela. Ela lê cada texto aqui antes de qualquer pessoa. Eu confio mais nela do que em mim mesma. O aniversário é dela, mas o presente de uma amizade mais perfeita ( por mais que imperfeita) é meu.

Então, a história que eu conto hoje é muito mais que uma história repleta de personagens anônimos e lições de moral (que eu adoro!). É a história de uma menina linda, uma menina que me ensina a viver a cada dia. Uma amiga incomparável, uma benção na minha vida. Uma garota que merece apenas alegrias, boas conquistas, muito amor e muita paz.

E, quem conseguir passar por metade do que ela passou, enfrentar metade do que ela enfrentou e ser metade do que ela é...Terá meu eterno respeito.

Obrigada por tudo, amiga. E me desculpe por fazer muito menos do que você merece.

Meus parabéns, você merece o melhor sempre, miinha melhor!

Te amo demais mesmo, pra sempre! ♥


- Eduarda Trivelli.


-
Já era noite quando chegou em casa. Tivera um dia cheio no cursinho. Entrou no quarto, exausta. Pensou em tirar os tênis, mas o cansaço era tanto que, ao olhar para a cama tão convidativa, não hesitou em jogar seu corpo inteiro nela. A cabeça doía. Tirou o celular do bolso da calça e olhou a tela. Sete ligações perdidas.

- Me desculpa, eu não vou te ligar de volta - a culpa a consumia, mas a verdade era que não tinha vontade de retornar as ligações do namorado. As brigas eram tão frequentes, as irritações eram tantas...Algo estava desandando, ela sabia disso. Mas, por que tentaria colocar ordem em tudo mais uma vez? Ora, era só um garoto. E ela não precisava se humilhar, por mais que não achasse que aquilo era humilhação.

Ela tinha de ser forte e pôr um ponto final naquilo. Aquele pensamento fazia seu coração sangrar: era como um punhal cravado sem a menor piedade. Nunca, durante o útimo ano, havia tido coragem o suficiente para pensar nos dois separados. Não podia, aquilo não existia...Ela não queria que existisse. Mas não podia se humilhar. Limpou uma lágrima que rolou agilmente pelo seu rosto e fechou os olhos, na esperança de dormir e escapar daquela realidade. O sono não veio. O celular voltou a tocar. Uma vez, duas. Era ele. Ela tinha certeza, e a voz dele era a última coisa que queria escutar naquele momento. Aquela voz a faria voltar atrás, amansaria suas raivas. Não podia escutá-lo. Ela apertou mais forte os olhos, tentando esquecer o barulho do aparelho que vibrava desesperadamente.

- Mas que droga! - tomou o objeto nas mãos e mirou a tela. Número desconhecido. - Alô? - pôde ouvir o barulho da ambulância - É ela sim. Como? - Trote a aquela hora da noite? Não seria possível - Por favor, se isso for alguma brincadeira de mal gosto eu...- alguém gritava do outro lado da linha. Pôde reconhecer a voz do sogro - PELO AMOR DE DEUS - Não - O que está acontecendo? ONDE VOCÊS ESTÃO? POR FAVOR, ME DIGA ONDE ELE ESTÁ AGORA! - Não. Por que, de repente, todas as células do seu corpo pareciam eternamente estáticas? E o que haviam feito com o chão sob seus pés e com o ar que costumava respirar?

(...)

- Doutor - a imagem ainda era embaçada, a realidade ainda não tinha tomado conta por completo - Onde ele está? Pelo amor de Deus, onde ele está? - não obteve resposta - ONDE ELE ESTÁ? Por favor...me deixe...me deixe ficar com ele.

- Você vai ter que esperar, jovem. Ainda restam alguns procedimentos a serem tomados antes que o paciente possa receber alguma visita. O quadro dele é muito grave e...

- EU QUERO VÊ-LO AGORA! - seus olhos derramavam lágrimas involuntariamente - POR FAVOR!
- Sinto muito. Daqui a trinta minutos a sua entrada será liberada.

- DROGA! MAS QUE DROGA DE HOSPITAL! - deixou-se afundar no banco acolchoado logo ali e tampou o rosto com as mãos। Sentiu um toque suave em seu ombro, e, depois de levantar cabeça, demorou a reconhecer a mãe do namorado. Seu rosto estava desfigurado. Transtornado, apavorado.

- Querida...- a mulher a abraçou ternamente, fazendo as lágrimas quererem sair mais rápido e em maior quantidade - Obrigada por ter vindo. Ele só chamava o seu nome. - ela sorriu, abraçando mais forte - Suponho que ainda não saiba o que aconteceu com precisão - sua voz embargada falhava, e a garota balançou positivamente a cabeça, confirmando o que a mulher havia dito - Ele estava chateado porque vocês haviam brigado ontem. Estava se sentindo culpado e havia lhe comprado flores. Tentou te ligar o dia todo. Como você não atendeu, pegou o carro do pai e estava indo até sua casa quando veio o outro carro e...- não conseguiu terminar a frase. Não precisava, de fato. Era completamente deduzível. O pavor tomou conta de ambas, não chorar era inviável.

(...)

Era incrivelmente doloroso vê-lo daquela forma.

- Meu amor...- tentou limpar as lágrimas que encharcavam seu rosto, mas não conseguia mover um músculo sequer. - O que..o que fizeram com você? - correu até a cama onde o namorado estava e tocou-lhe levemente o rosto.

- Você já me viu em dias melhores, né? - ele sorriu de lado, mas ela não achava graça. Como ele podia achar graça em qualquer coisa naquele lugar? Naquele momento?

- E vou te ver ainda! - depositou um beijo na testa do garoto - Vou te ver ainda.

- Não vamos ser tolos, amor - ele sorriu conformado. A voz saía fraca, quase inaudível. - Nós dois sabemos que...ora, não faça essa cara - a menina encostou seus lábios nos dele levemente, como se pedisse para ele não falar mais aquilo - Meu bem, me deixe falar. Eu preciso que...você saiba...Me desculpe por esses últimos dias, eu não sei o que aconteceu comigo, eu estava tão..- e voz era esbaforida, a respiração começava a falhar.

- Para, para! - ela pediu, colocando um dedo sobre os lábios dele - Eu não quero ouvir mais isso. Por favor, para. Você vai sair daí já já.

- Eu preciso que você me prometa uma coisa.

- O que você quiser.

- Prometa que vai ficar comigo até o final - ele sorriu - prometa que não vai me deixar sozinho um instante até que...Bom, só prometa.

- Eu não sairia daqui...

- Prometa. Eu preciso saber que você vai estar comigo. Eu preciso saber que mesmo que eu perca a consciência, você não vai me deixar sozinho. Eu preciso de você. O tempo todo, pelo resto da minha vida.

- Nós ainda vamos viver muita coisa juntos! - o choro vinha desesperado cortando as palavras - Eu estou aqui te esperando sair daqui pra gente viver juntos pra sempre!

- Só prometa, meu amor...por favor.

- Eu prometo.

- Eu te amo. - os músculos relaxaram e os olhos fecharam-se - não me abandone, meu anjo.

"All I need is you right now and forever. I will love you till the stars stop shining...I just wanna you here with me. All I need is you right now and forever"






O sol estava se pondo. A praia já estava vazia, mas não tinham vontade de ir embora। Andavam de mãos dadas, observando as marcas na areia, feitas pelos próprios pés, serem desfeitas pelas ondas que quebravam। Caminharam até as pedras - tão escuras, contrastavam fortemente com a limpidez do lugar - e avistaram um quiosque ao longe.

- Estou com sede - ela quebrou o silêncio, completamente confortável, enquanto agarrava a outra mão dele, o fazendo ficar de frente para ela।

- Vou buscar algo para você beber - ele sorriu e depositou um beijo curto nos lábios dela - Me espere, eu já volto - passou os dedos lentamente pelo queixo da garota, fazendo a mesma estremecer pelo simples toque - Eu sempre volto।

Ela o observou andar até o quiosque, e, então, sentou-se em uma das pedras e se pôs a observar a beleza de tudo aquilo. O horizonte, o lusco-fusco,o mar, os poucos pássaros que a faziam companhia...Tudo como sempre sonhou. Era insanidade. Definitivamente era. Eram jovens, loucos e inconsequentes. Mas, do que adiantaria pensar em qualquer consequência? Não é normal uma garota simplesmente se casar aos dezoito anos. Não é normal. E por que tinha de ser normal, se estavam tão loucamente apaixonados? A palavra pareceu estranha ao passar por seus pensamentos. Apaixonados...Aquilo parecia tão fraco e superficial perto do que sentiam um pelo outro। Paixão! Ora, aquilo era alguma espécie - se é que assim se pode classificar - de amor. Amor, o mais forte e avassalador que poderiam sentir.

Ela suspirou, para logo sentir sua espinha congelar pelo toque das mãos tão conhecidas em sua cintura। O garoto sentou-se ao seu lado e a entregou um côco, tão verde que os olhos doíam ao olhar, também por contrastar fortemente com o azul claríssimo que dominava a paisagem. Ela tomou em suas mãos e começou a tomar. A água doce passava banhando sua garganta, aliviando a sede. Bebeu todo o conteúdo em silêncio, observando cada detalhe daquele paraíso, enquanto continuava perdida em seus pensamentos.

- Amor - ele tomou o côco das mãos dela e o colocou ao lado da pedra - Quero te mostrar uma coisa.

- Então mostre - ela sorriu, segurando as mãos dele e as apoiando em sua perna।

Ele tirou do bolso um envelope। Ela confusa, esperando alguma resposta, mas ele nada disse.

- O que é isso, amor?

- Passagens - Ele sorriu tímido।

- Passagens? - Seu rosto se encheu de espanto। Não era possível! Passagens? Por Deus, estavam em Cancun! Não podiam sair dali! Era seu primeiro dia! - Anjo, nós...vamos embora para o Brasil?

Ele apenas sorriu e entregou o envelope a ela, que, com as mãos trêmulas pelo susto, o abriu o mais rápido que pôde। Ele passou um de seus braços por sua cintura e aproximou seu rosto do ouvido da menina.

- Vamos a Cozumel amanhã, meu amor। - ele depositou um beijo na têmpora dela, esperando alguma reação.

- Cozumel? Amor, a ilha? - ela sorriu e o abraçou longamente após ele confirmar com a cabeça - Não acredito! Como você conseguiu isso?

- Um senhor estava desesperado no quiosque porque ia comemorar bodas com a esposa lá...Mas ela teve um imprevisto no trabalho, e eles iam perder a viagem. Eu escutei os dois conversando ao telefone, me interessei e comprei as passagens por um preço bem menor.

Ela sorriu, abobalhada. Como podia se envolver mais com cada ação, cada palavra? Ele sabia perfeitamente como a agradar, e não media eforços para que ela ficasse feliz...Por Deus, seria aquilo possível?

Tomou seu rosto nas mãos e uniu suas testas.

- Eu...Eu não sei como...- seus olhos se enchiam de água enquanto ela tentava expressar com palavras tudo aquilo que estava sentindo - eu não sei, eu não tenho como..te..agradecer por... - ela sentiu um dos dedos dele pousarem sobre seus lábios, como se pedisse pra ela parar com aquilo - Eu...Eu te amo.

- E eu vivo por você e faço o que for preciso pra te ver feliz - ele limpou uma lágrima que rolou involuntariamente pelo rosto dela - Eu te amo muito. - e, sem mais esperar tomou seus lábios com ternura. Já estavam embevecidos pelo cheiro de suas peles - aquele cheiro só deles - que se misturava com o da maresia. Estavam tontos. O amor tonteava, extasiava. Ela levantou da pedra e o puxou com ela, o fazendo sentar na areia, sem conseguir descolar seus lábios dos dele. Já era tarde. Mirou o quiosque, as luzes estavam apagadas. Ótimo. O beijo se intensificava, e a ternura inicial se transformou em fúria. Precisavam um do outro. Por completo e o mais rápido possível.

Desde pequenos ouviram falar que os opostos se atraem. De fato, eles eram opostos, e a cada beijo podiam demonstrar isso ao mundo. Amar tanto daquela forma era estraçalhador. Doía. Mas, se ele era a dor, ela era a cura. Ele era o amargo, e ela o doce. Ela era a salvação do seu maior pecado. Ela era o veneno. Ele era o antídoto. Iam juntos ao inferno, e o transformavam no paraíso. Naquela noite... Aquela foi a noite em que consumaram seu amor. Um amor que perduraria pela eternidade. E depois de pertencerem um ao outro por completo, tiveram a certeza de duas coisas principais. Primeiramente - e obviamente - tiveram a certeza de que o que sentiam - amor ou qualquer estado muito maior que esse - moveria montanhas, abriria mares, faria milagres. Porque era melhor que qualquer outra coisa que já tinham provado, visto ou sentido, e era imensurável. E, naquela noite, mais do que qualquer outra coisa, tiveram a certeza absoluta de que não eram opostos que se atraíam. Eram opostos que se completavam


"When you find out how good love can be, you're so lost when it's such a free, they say once in your life you find someone who's right, someone who loves you like me..Let me love you tonight, there's a million stars in the sky, let me love you tonight, I'll make everything all right."



Estava há meia hora sentada, em frente àquela folha de papel em branco, sem conseguir escrever. Começou a rabiscar alguns versos que sabia de cor, só para que pudesse apreciar a sutileza da tinta saindo da caneta e esboçando palavras tão bonitas. Observou por alguns minutos, para, logo depois, arrancar com violência a folha do caderno e amassá-la. Precisava de algo, precisava de idéias. Arremessou a pequena bola que fizera com o papel na lixeirinha que havia logo ali. Ela pedia mais. Mais um pouquinho daquela letra desgrenhada, mais um pouquinho daquelas folhas tão vazias, tão carentes de inspiração. Traiçoeira. A menina tirou os olhos do objeto e voltou a mirar a nova página. Por Deus! Por que diabos aquilo estava acontecendo com ela? Suas mãos costumavam deslizar pelo papel tão comumente quanto uma águia costumava suster-se no ar. Já era noite...Talvez fosse o sono, de fato. Talvez devesse deitar a cabeça e sonhar. Sonhar para se encontrar num mundo surpreendentimente diferente do seu. Melhor, incomparável, irreal. Um mundo onde seus rabiscos e pequenos versos seriam completamente dispensáveis. Pessoas não precisariam ver coisas boas serem escritas. Essas seriam simplesmente vividas. E suas palavras seriam nada mais que o puro retrato da realidade, e talvez perdessem até o valor. Mas não importava, pois toda a gente estaria em paz, consigo mesmo e com o mundo, e aí seu objetivo seria alcançado. Mas sonhar tão alto nunca estivera nos planos dela. Deveria fazer o que sabia fazer de melhor. Já era tarde. A luz da lua já iluminava mais que a que saía do pequeno abajour. A tinta da caneta, tão comprimida, gritava desesperada, aspirava por liberdade. A lixeira ria, e pedia mais. E ela precisava escrever. Precisava de palavras suficientemente tolas para que pudesse tentar encher todo um mundo de esperanças.

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Be able to descover :)

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